Encontros
Participantes:
José Geraldo Sousa Junior, José do Carmo Siqueira, Marília Lomanto, Cloves Araújo, Mara Carvalho e Anna Paula Hupp
Universalizar o acesso à Educação pública superior significa tornar efetivos direitos historicamente negados à classe trabalhadora do campo e da cidade. A cultura não inclusiva, excludente e perversa que subtraía desses sujeitos o direito ao conhecimento foi desafiada pelos Movimentos Sociais e Sindicais do Campo, que se organizaram em torno de um Projeto capaz de ocupar os espaços onde sempre predominavam as elites e suas concepções burguesas. O sistema de justiça foi sempre um aliado desse histórico de não inclusão e de exclusão. Os Movimentos Sociais e Sindicais do Campo, junto com o Pronera/INCRA, romperam essa estrutura colonialista e conduziram o processo de construção da Primeira Turma de Graduação em Direito para Beneficiários da Reforma Agrária e Agricultores Familiares Tradicionais, que adotou o nome de Evandro Lins e Silva, na UFG, pioneira no Brasil e inspiradora das Turmas que se multiplicaram em seguida, levando os nomes de Elizabeth Teixeira, na UEFS; Eugênio Lyra, na UNEB; Nilce de Souza, na UFPR; Frei Henri des Roziers, na UNIFESSPA; e Fidel Castro, na UFG, para a rigidez acadêmica, incluindo no recinto estratégico de formulação da teoria jurídica, a força da terra e a esperança do Povo do Campo em reinventar o Direito, ressignificar conceitos e partilhar, nos espaços de saber, seu modo de viver o mundo, suas experiências, sua ancestralidade e a esperança de um projeto popular de sociedade.