O sistema de justiça tem atuado na manutenção do status quo, de maneira que a superação da ordem socioeconômica hegemônica atual impõe sua transformação e democratização, que perpassa por uma necessária ruptura epistemológica, a partir da formação dos atores do sistema de justiça, da ampliação da participação da sociedade, inclusive pela apropriação da cultura como instrumento de transformação, do repensar dos modelos de acesso aos cargos públicos e das dinâmicas internas de poder do sistema de justiça.
Desde essa premissa, pretende-se discutir temas como novas epistemologias, respeito às manifestações e expressões culturais de povos originários e dos que foram submetidos à diáspora e a sua ação no construto sociopolítico, educação cidadã e em direitos, modificação dos modelos de formação jurídica, seleção e avaliação de seus atores, políticas afirmativas e sistema de cotas para acesso e ocupação de cargos, formas de implementação de novas tecnologias, violências institucionais, ampliação da participação e mecanismos de controle social, relação com os movimentos sociais, ouvidorias, ampliação do acesso à justiça e reconhecimento de novos direitos.
Propõem-se então as seguintes linhas temáticas visando à inscrição de atividades em várias formas e dimensões que nelas se possam inserir:
1. Epistemicídio e resistência.
2. Bacharelismo e educação cidadã.
3. Democratização e perspectivas críticas do acesso às carreiras jurídicas.
4. Individualismo e coletivismo: pontos de atrito e superação.
5. Diversidade cultural e políticas de inclusão.
6. Tolerância religiosa e laicidade.
7. Apropriação cultural.
8. Educação emancipatória.
9. Pluralismos de modelos de Justiça.
10. Cultura da Tecnologia, Tecnologias culturais, Subjugação tecnológica e as crises de soberania.
11. Jurimetria, manipulação de dados processuais, violação da intimidade e da vida privada.
12. Identidades e identitarismo.
13. Participação e mecanismos de controle social, relação com os movimentos sociais, ouvidorias e corregedorias.
14. Ampliação do acesso à justiça e reconhecimento de novos direitos.
Somos mais de 150 movimentos e organizações que integram o FSMJD e que apostam na reunião de forças progressistas, democráticas, populares e humanistas para construir saídas para a construção de Sistemas de Justiça mais democráticos, livres do racismo, da lawfare, da pactuação com desigualdades, da discriminação de LGBTQI+ de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, entre outras.