Por Luciana Borba
Assessoria de Imprensa FSMJD
Sim fazem quatro anos que a moça que se intitulava “cria da Maré” foi brutalmente assassinada. Quem cometeu o atentado ao carro onde estava Marielle Franco acompanhada do motorista Anderson Gomes que também morreu e de uma assessora não imagina que no dia seguinte nasceriam milhões de Marielles. Quase 50 mil pessoas a elegeram vereadora em 2016, mas milhões assumiram sua causa ou, melhor dizendo, suas causas. O feminismo, os direitos humanos e muito a crítica a intervenção federal no Rio de Janeiro e a Polícia Militar. Era sabido as diversas denúncias de casos de abuso de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes feitas pela parlamentar.
Aos 19 anos se tornou mãe de uma menina. Isso ajudou a se constituir como lutadora pelos direitos das mulheres e debater esse tema nas favelas. Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) enquanto assessora do deputado Marcelo Freixo, ambos do PSOL. Construiu diversos coletivos e movimentos feministas, negros e de favelas.
Formada em Ciências Sociais com mestrado em Administração Pública foi a segunda mulher mais votada do país quando se elegeu a vereadora pela capital fluminense.
Foi assassinada após sair de uma reunião na Casa das Pretas, na Lapa, onde foi mediar um bate papo com jovens negras. Quatro anos se passaram e não se tem uma resposta. Pessoas foram presas, mas o crime não foi de fato esclarecido.
Depois de sua morte a família da vereadora criou o Instituto Marielle Franco visando inspirar, conectar e potencializar milhares de jovens, negras, LGBTQIA+ e periféricas a seguirem movendo as estruturas da sociedade.
Nesta segunda-feira o Instituto realiza ações para marcar os quatro anos de sua morte. Organizou o Festival Marielle Franco, que será realizado das 16h às 21h no Circo Voador, na Lapa. Entre os artistas confirmados, estão Karol Conká, BK, Lellê, Juçara Marçal, Doralyce, Abronca, Marina Iris, Jéssica Ellen, DJ Tamy, MC Martina, MC Zuleide, Laris, Som de preta, Baque Mulher e Bloco Malunguetú. Também roda de conversa, oficina de bordado e escrita e espaço recreativo para crianças.
E hoje o que fica? Fica um legado de luta por um mundo melhor. E o que aconteceu com Marielle, entre muitos outros casos às vezes nem divulgados, será debatido no Fórum Social Mundial Justiça e Democracia em abril, em Porto Alegre, em seus Eixos 1 e 2 relacionando temas com situações como essas: a omissão do aparato judicial.
Somos mais de 150 movimentos e organizações que integram o FSMJD e que apostam na reunião de forças progressistas, democráticas, populares e humanistas para construir saídas para a construção de Sistemas de Justiça mais democráticos, livres do racismo, da lawfare, da pactuação com desigualdades, da discriminação de LGBTQI+ de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, entre outras.
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